19/07/2021 às 16h32min - Atualizada em 19/07/2021 às 16h32min
Famílias tupãenses relatam “desintubação” de pacientes de covid a partir do uso de tofacitinibe
Santa Casa admite que medicamento “tem surtido alguns efeitos positivos”, mas “não é todo mundo que pode utilizar” e existem períodos da doença que ele não é eficaz
O Cidade Real recebeu no último final de semana, ao menos dois relatos semelhantes de famílias tupãenses de pacientes de covid-19 que teriam sido “desintubados” após a utilização do medicamento “citrato de tofacitinibe”, conhecido pelo nome comercial de “Xeljans, 5 Mg”.
Trata-se de medicamento usado para tratar a artrite reumatoide (doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações), artrite psoriática (forma de artrite que afeta algumas pessoas que têm a doença de pele psoríase) e colite ulcerosa (doença inflamatória intestinal que atinge a camada interna que reveste o cólon e o reto).
No primeiro caso encaminhado à redação, do início da semana passada, um paciente de 46 anos, segundo os relatos de familiares, saiu da intubação e teve alta da UTI, a partir de poucos dias da utilização do remédio.
No segundo caso, um paciente ainda mais jovem, na casa dos 35 anos, apresentou quadro grave na quinta-feira, 15/06 e já na UTI, recebeu a medicação e apresentou melhora no quadro “desintubação”, inclusive com promessa de breve alta hospitalar.
NA MIDIA
“O medicamento da farmacêutica Pfizer, diminui o risco de morte e insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com covid-19, segundo um estudo brasileiro publicado no New England Journal of Medicine (NEJM), o periódico médico de maior impacto no mundo... O tofacitinibe inibe as proteínas janus quinase (JAKs), que desencadeiam inflamações no organismo”, relata reportagem recente da “Veja Saúde”.
No último dia 16 de junho, “um estudo do Hospital Israelita Albert Einstein apontou que esse medicamento da farmacêutica Pfizer reduziu em 37% o risco de morte ou falência respiratória em pacientes internados com quadro moderado e pneumonia associada à covid-19”.
Mas a maioria dos especialistas defende que a indicação demanda mais estudos, segundo reportagem da Istoé online.
O gerente administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Tupã, Laércio Garcia, disse ao Cidade Real que, apesar do medicamento não estar nos protocolos de tratamento do Sistema Único de Saúde e de planos médicos, o hospital tem o remédio em estoque a disposição dos pacientes, segundo prescrição médica. Entretanto seu uso tem restrições específicas.
“É experimental. Tem surtido alguns efeitos positivos, mas não existe um trabalho científico que comprova isso, é tudo empírico é por assertivas; cada vez vai analisando caso a caso”, afirmou Garcia.
Segundo ele, o hospital tem à disposição, “porém a administração desse medicamento é muito especifica. Ele tem período, tem indicações muito precisas; não é todo mundo que pode utilizar, dependendo do período que o paciente está passando pela doença também não pode usar... não faz parte do protocolo de atendimento do SUS e nem dos convênios. Mas a gente, procurado, por todo meio acertar, o tratamento da covid, a gente tem esse medicamento guardado, está disponível de acordo com indicação médica”.