O chefe de Gabinete da Prefeitura de Rinópolis, Antônio Mansilha (Imagem de arquivo)
O chefe de Gabinete da Prefeitura de Rinópolis, ex-vereador Antônio Aparecido Mansilha dos Santos, admitiu na quarta-feira, 27/10, que os vídeos postados no Facebook, em forma de denúncia, pelo vereador Everson Cilas de Pereira, o Nenê (Podemos), apenas aceleraram a decisão do governo Neto e Nanci, de demolir o banheiro da praça do Jardim São Matheus.
Sem nenhum laudo técnico que amparasse a ação, o sanitário foi posto abaixo na manhã da última segunda-feira, 25/10, após duas lives do vereador Nenê, mostrando a falta de conservação do local.
Segundo Mansilha, a demolição seria parte de um projeto só para 2022, junto com a remodelação da referida praça, que recentemente ganhou o nome do saudoso Cônego Valdemiro Cândido do Símbolo, o saudoso Padre Miro.
O principal assessor do prefeito José Ferreira de Oliveira Neto (PSDB) também admitiu que “além da iniciativa da lei”, nominando o espaço, de Padre Miro, “a administração entende que há muito para ser feito na praça, dando vida e criando um espaço para a comunidade do Jardim São Mateus”.
“Terminando a reforma da igreja... no início de 2022, a administração municipal pretende fazer (uma) obra de revitalização e adequações assim como fez em outros bairros”, disse Mansilha.
Na prática, resolver o problema do banheiro demolido seria somente para o futuro, junto com o restante da promessa de melhorias, mas foi antecipado porque o vereador Nenê reclamou.
“A reclamação do vereador tão somente antecipou a ação do governo municipal que iria demolir o banheiro. Esses são os fatos”, afirmou Antonio Mansilha.
MUDOU A CONVERSA
Na entrevista via WhatsApp, ao Cidade Real, Mansilha, portando, mudou a fala da segunda-feira, 25/10, dia da demolição, quando, em uma postagem em sua conta pessoal no Facebook, ele deu outra explicação: “O banheiro público, depois de funcionar por décadas, estava com a estrutura comprometida por conta da ação do tempo... uma reforma custaria muito para os cofres públicos, o que não era viável”, escreveu (leia postagem em imagem abaixo).
Apesar da afirmação de “estrutura comprometida”, o chefe de Gabinete, que ao que se sabe não tem formação de engenharia ou similar técnica, não apresentou qualquer laudo ou documento que amparasse a demolição.
PROMESSAS
Na mesma conversa com a reportagem, Mansilha também falou de outros projetos futuros da administração para a região do São Matheus.
Além da prometida remodelação da “Praça Padre Miro“, segundo ele, o Jardim Morumbi “também será agraciado com a construção de uma praça”.
A pista de caminhada do Jardim São Mateus “será remodelada e reorganizada oferecendo uma opção de lazer e exercício para a comunidade”.
No São Mateus, disse Mansilha, “teremos ainda a ampliação do CEI Pedacinho do Céu”, onde será implantado um “projeto Educacional”.
NOTA DA REDAÇÃO
Como se vê, além da falta do laudo técnico pertinente que poderia confirmar a alegada “estrutura comprometida” do banheiro, a única ação efetiva do episódio, no verbo presente, é a “demolição”; o restante é para verbo futuro – sem previsão.
Aliás, uma rápida observação nas imagens dos restos da demolição do banheiro do Jardim São Matheus (veja várias, abaixo) não mostra traços aparentes de uma “estrutura comprometida”; ao contrário, aparenta paredes e pedaços de laje consistentes e robustas.
De certa forma, isso se ampara na “segunda conversa” de Mansilha: a razão real da demolição foi o incômodo político que tornou público o absurdo do abandono em que se encontrava um banheiro público.
Para piorar, um bem público que foi interditado, segundo consta, por problemas em sua caixa d’água e não de sua estrutura; e depois, por falta de manutenção e cuidado, foi arrombado e ficou largado pela atual gestão reeleita.